quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Entendendo melhor



A maioria dos conflitos é entre: Estado e Nação, entre países etc. Nesses post veja conflitos q se formaram por questoes políticas e religiosas.
Para entendermos esta série de conflitos que se espalham por quase todo o planeta, é necessário que se faça a diferenciação entre Estado e Nação. Os Estado moderno é uma concepção política, que necessita de um espaço físico (território) e por isso tem necessariamente fronteiras. Para se organizar a vida e o poder dentro dessas fronteiras, tem-se um sistema de poder político (governo, constituição, leis, etc...). É o que chamamos normalmente de País. A Nação não necessita de um espaço nem de uma organização política. É formada por um grupo de pessoas que possuem um passado histórico comum. As pessoas unem-se pela semelhança cultural, social e religiosa. A tradição tem um peso grande para as Nações. A questão é que o processo de formação dos Estados contemporâneos se estende desde o final do feudalismo até a II Grande Guerra, às vezes gerados pela cristalização política de burguesias, às vezes por crises políticas e revoluções. Isso faz com que algumas coletividades nacionais sejam separadas por fronteiras criadas pelos Estados ou sejam unidas dentro de um mesmo Estado, passando a gerar conflitos separatistas no sentido de se aumentar a autonomia dessas minorias nacionais ou até de se tornarem independentes dos sistemas majoritários que os agregam. A seguir, a nível de esclarecimento, vamos destacar alguns desses conflitos:

1. O Movimento ULSTER

O conflito entre a minoria católica e a maioria protestante na Irlanda tem sua origem na formação histórica do Reuno Unido. Durante o século XII a ilha da Irlanda passa para o controle de Henrique II da Inglaterra. De tradição católica, a população da Irlanda sempre lutou contra os anglicanos ingleses. Em 1649, chega ao poder Oliver Cromwell, que baseia seu governo na expansão do protestantismo por todas as colônias inglesas. Em 1800, o Union Act vincula a Irlanda ao Reino Unido. Os católicos da Irlanda organizam-se e lutam pela independência da ilha e isso gera uma profunda crise política e militar (os católicos criaram o IRA-Exército Republicano Irlandês) pois a tática empregada pelos católicos foi o terrorismo. Em 1918 é declarada a guerra anglo-irlandesa, que termina com o IRELAND ACT, que divide a ilha da Irlanda em duas partes. Em 1937 a parte sul da ilha (95% de católicos) declara sua independência e cria o EIRE (reconhecido pela Inglaterra somente em 1949) com capital em Dublin. Já o Ulster (Irlanda do Norte), que possui população majoritária protestante, continua vinculada à coroa inglesa. A minoria católica da Irlanda do Norte passa também a ser proletarizada e socialmente forma a camada mais pobre do país. Toda a década de 70 é marcada pela violência das ações terroristas do IRA contra o intransigente e violento governo inglês, que chegou a torturar militantes do IRA. Em 1985, o conflito assume uma nova fase. Tentando pacificar a Irlanda, depois de haver mais de 2 000 mortes, a Inglaterra liberaliza a administração do Ulster. O IRA continua sua tentativa de reunificar a ilha da Irlanda e o conflito continua longe de uma solução definitiva.

2. O Movimento BASCO

A origem do povo basco é desconhecida, apenas sabe-se que eles têm mais de 5 000 anos e que lutaram contra os romanos pela sua independência. A língua basca (Euskera) não tem ligação nenhuma com o latim. Existem hoje 500 000 bascos habitando quatro províncias espanholas (Viscaya, Guipúscula, Alava e Navarra) e três francesas (Labourd, Soule e Baixa Navarra). Durante a Guerra Civil Espanhola (36/39), quando Franco assume o poder, os bascos foram os primeiros a sofrer com o conflito, sofrendo o célebre bombardeio de Guernica, quando Hitler devastou a região. Como a ditadura de Franco foi extremamente centralizadora, os movimentos separatistas bascos, o uso da língua e o uso das bandeiras (verde, branco e vermelho) foram terminantemente proibidos, reprimidos e violentamente punidos. Em 1959 surgia a ETA (Euskadi Ta Askatasuna - Pátria Basca e Liberdade em Euskera), que no início difundia a cultura basca mas que passa a promover a luta armada, principalmente contra a ditadura franquista. Com a morte de Franco, em 1975, o rei Juan Carlos de Bourbon chega ao poder e dá início ao processo democratizante na Espanha. A partir daí os bascos passam a ter uma atuação mais política, embora um braço do ETA continue a fazer o terrorismo, unindo-se com a OLP, o IRA e a Líbia, tornando-se uma das mais perigosas organizações terroristas européias. Essa ação cria uma profunda divisão no movimento basco, que, aos poucos, foi ampliando a autonomia dos territórios bascos e pondo fim às ações terroristas do ETA.
O subcontinente indiano diferencia-se de todo o resto da Ásia, tanto do ponto de vista físico quanto social, pois sofre grande influência do hinduísmo (um complexo religioso que abriga cerca de 240 000 deuses e 1 600 dialetos. Uma grande migração interna repartiu o mundo indiano em 6 países. Paquistão e Bangladesh são muçulmanos. Sri Lanka (antigo Ceilão) é budista. Nepal e Butão são hamaístas e a Índia é hindu. Apesar de toda essa divisão, a Índia continua contando com minorias nacionais que lutam pela independência, como os sikhs, que lutam pela formação de um Estado ao norte do país, e os tâmeis, que querem dividir a ilha de Sri-Lanka. Temos ainda a questão da Iugoslávia, na Europa Centro-Oriental, que hoje é formada por várias nações como a Macedônia, a Croácia, a Bósnia, Montenegro, Volvodina e Kosovo. A Valônia é uma região ao sul da Bélgica, onde se fala o francês e onde surge um movimento separatista que busca a autonomia. Os lapões também se espalham pelo norte da Europa, espalhados pela Noruega, Suécia e Finlândia. Na África, a descolonização proposta pelo tratado de Berlim acabou unindo tribos rivais dentro do mesmo Estado e dividindo uma mesma tribo em dois ou mais Estados Nacionais. O resultado foi uma série de movimentos separatistas e guerras tribais por unificação. O exemplo dessa situação é a região de Ruanda, onde a maioria hutu tenta acabar com a minoria tutsi, ou ainda, a Guerra de Biafra, onde os iorubás lutam com os ibós pela hegemonia política do país. Temos ainda o caso dos curdos, que lutam pela formação do Curdistão em terras hoje pertencentes ao Iraque. Vários outros grupos nacionais lutam hoje pela formação dos seus respectivos Estados Nacionais.

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